top of page

Como viver uma vida cheia do amor de Deus?

"Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós." Mateus 6:14

Como podemos viver uma vida cheia de Deus à luz do versículo de Mateus 6:14? Esta passagem bíblica nos lembra de uma verdade central da fé cristã: o perdão é tanto um dever quanto um reflexo do caráter de Deus. Quando Jesus ensinou seus discípulos a orar, Ele incluiu o perdão como um aspecto essencial da vida espiritual. Perdoar aqueles que nos ofenderam é, portanto, uma manifestação direta do amor e da graça que recebemos de Deus. O perdão, nesse contexto, não é simplesmente um ato de bondade humana, mas uma participação no ato divino de reconciliação. Jesus deixa claro que nosso relacionamento com Deus está intrinsecamente ligado à nossa disposição de perdoar os outros.


O poder transformador do perdão é algo que transcende o mero ato de dizer "eu te perdoo". Ele é um processo que liberta tanto o ofensor quanto o ofendido. Quando perdoamos, não estamos apenas libertando a outra pessoa de suas dívidas emocionais ou espirituais; estamos, na verdade, nos libertando das correntes do ressentimento e da amargura. O perdão permite que a cura comece em nosso próprio coração, levando-nos a uma vida mais plena e em paz com Deus e com os outros. O versículo também aponta para a reciprocidade do perdão divino. Deus, em Sua infinita misericórdia, nos perdoa quando nos voltamos para Ele em arrependimento.


Contudo, esse perdão que recebemos não é um fim em si mesmo, mas um convite para sermos agentes do perdão no mundo. Quando falhamos em perdoar, estamos de certa forma rejeitando o perdão que Deus nos oferece. Em Mateus 18:21-22, Pedro pergunta a Jesus quantas vezes deve perdoar seu irmão, e Jesus responde: "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete". Este ensino nos desafia a ver o perdão não como uma opção ou uma obrigação esporádica, mas como um estilo de vida contínuo. O verdadeiro perdão exige coragem, pois nos obriga a confrontar nossas próprias feridas e vulnerabilidades. Requer uma disposição para deixar ir o desejo de vingança e retribuição, e escolher o caminho da reconciliação.


O apóstolo Paulo nos lembra em Colossenses 3:13: "Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outro. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós". Esta exortação reforça que o perdão é uma expressão da graça que recebemos de Deus e que devemos estender aos outros.


O perdão, portanto, é um ato de graça, uma dádiva que oferecemos sem exigir nada em troca. Em Efésios 4:32, Paulo nos instrui a sermos "benignos uns para com os outros, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo". Este versículo sublinha a ligação entre o perdão humano e o divino, mostrando que nossa capacidade de perdoar está enraizada na experiência de sermos perdoados por Deus. Em última análise, o perdão não é apenas um benefício para quem o recebe, mas também uma fonte de libertação e renovação para quem o oferece.


Ele nos chama a viver de acordo com os valores do Reino de Deus, onde o amor e a misericórdia prevalecem sobre o julgamento e a condenação. Ao perdoar, demonstramos a coragem de confiar na justiça de Deus e não em nossas próprias mãos, permitindo que Ele transforme nosso coração e nossas relações. Que possamos, portanto, buscar viver o perdão como um reflexo do amor de Cristo em nossas vidas, lembrando sempre que, assim como fomos perdoados, somos chamados a perdoar.






Pastor Erik Santana é graduado em Teologia com especialização em Episcopologia e Escatologia pelo International Seminary Hosanna Bible School


6 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Commentaires


bottom of page