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Qual é o papel da mulher cristã nos dias atuais?

"Pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo." Efésios 5:23

Nos dias atuais, o papel da mulher cristã no casamento e na sociedade está no centro de muitas discussões. Em um mundo onde as definições de identidade e igualdade estão em constante evolução, a mulher cristã é chamada a refletir sobre seu lugar e propósito à luz das Escrituras. O que significa, hoje, ser uma mulher de fé em um contexto tão diversificado e desafiador? Como harmonizar as responsabilidades modernas com os ensinamentos bíblicos, sem perder de vista os valores fundamentais?


Um dos conceitos frequentemente mal interpretados é o da submissão. Muitas pessoas confundem submissão com escravidão, vendo-a como uma forma de opressão ou perda de autonomia. No entanto, a submissão, conforme ensinada na Bíblia, é um convite a abraçar uma missão sagrada no casamento, que envolve respeito mútuo e uma parceria amorosa entre marido e esposa. Neste artigo, exploraremos como a submissão, longe de ser um sinal de fraqueza, é uma expressão profunda de fé e compromisso, essencial para a saúde espiritual e emocional do casamento cristão.


Submissão, no contexto cristão, não é sinônimo de escravidão, mas de se submeter a uma missão. A missão de ser esposa, mulher, ajudadora, conselheira, mãe, provedora, administradora e edificadora. O modelo de submissão para a mulher é a própria Igreja, que é cuidada e salva por seu marido, Cristo. O marido que salva o corpo de sua esposa tem ao seu lado uma grande mulher; aquele que o destrói, acumula um saco de mágoas. A submissão da mulher ao seu marido está condicionada à submissão do marido a Cristo. Paulo, em suas epístolas, compara a mulher à Igreja e o marido a Cristo, utilizando uma simbologia única, onde ele baseia-se no espiritual para revelar o natural, ao invés de seguir a tipologia bíblica comum que revela o espiritual através do material. O casamento de Cristo com a Igreja é um tipo de casamento entre o homem e a mulher.


Assim como Paulo orienta os servos a obedecerem aos seus senhores, sejam eles conhecedores da Palavra ou não, ele também pede às mulheres que se submetam aos seus maridos como ao Senhor Jesus. O exemplo é claro: da mesma forma que a Igreja se submete a Cristo, as esposas devem se submeter e reverenciar seus esposos. A submissão da esposa e o cuidado que ela recebe do esposo são o termômetro de toda a relação matrimonial, a ponta do iceberg de toda a dinâmica conjugal. Assim como Paulo pede que os maridos amem suas esposas e que as esposas cumpram sua missão, ele também orienta os servos a servirem seus patrões em obediência, como fariam a Cristo. Submissão (para as esposas), amor (para os maridos), obediência (para os servos) e liderança sem acepção de pessoas (para os senhores) são princípios fundamentais para um relacionamento doméstico feliz.

Contudo, a submissão incondicional é a grande arma que a mulher possui para curar, purificar e santificar seu marido de toda podridão. Essa submissão incondicional, semelhante à da Igreja diante de Cristo, é um poder transformador. Vemos esse poder exemplificado na história de Abigail, que diante de um Davi cheio de ódio, conseguiu mudar o desejo, o destino e o coração dele. Por outro lado, a insubmissão da mulher pode enfermar e apodrecer o marido, pois ele acaba reagindo ao temperamento mutável e desequilibrado da esposa. A submissão da mulher, portanto, tem o poder de santificar o marido (1 Coríntios 7:14).


Há várias maneiras pelas quais a submissão da mulher pode santificar o marido:


1. Reconhecimento da Autoridade: A mulher santifica o marido da podridão do seu coração ao reconhecê-lo como cabeça de seu corpo (Efésios 5:23).

2. Ministração de Bênçãos: A mulher santifica o marido ao ministrar bênçãos com suas palavras, evitando palavras de maldição.

3. Honra: A mulher santifica o marido ao honrá-lo, tanto dentro quanto fora de casa (Ester 1:20).

4. Sabedoria na Edificação: A mulher santifica o marido ao demonstrar sabedoria na edificação de sua casa (Provérbios 14:1).

5. Amizade Verdadeira: A mulher santifica o marido ao ser sua amiga, em vez de se aliar aos seus algozes.

6. Bênção na Vida Íntima: A mulher santifica o marido ao ser uma bênção na vida íntima (1 Coríntios 7:5).

7. Conquista da Confiança: A mulher santifica o marido ao conquistar sua confiança (Provérbios 31:11).

8. Fonte de Bem: A mulher santifica o marido ao ser uma fonte de bem para ele (Provérbios 31:12).

9. Autoridade e Santidade: A mulher santifica o marido ao se vestir de autoridade e santidade (Provérbios 31:23).

10. Centro de Admiração: A mulher santifica o marido ao ser o centro de sua admiração (Provérbios 31:28).


Aqui começa a cadeia da felicidade familiar, formada por seis "vós", a partir deste verso, que constroem uma ligação inquebrantável. O marido é o tipo de Cristo no relacionamento com sua esposa, e a esposa é o tipo da Igreja. Uma observação notável nesse texto é que o marido é descrito como o salvador do corpo de sua esposa. Essa é uma bênção especial que merece atenção. O marido é o salvador, não o destruidor do corpo! Ele se interessa pelo bem-estar físico e espiritual de sua esposa, que lhe serve em amor e obediência.


Quantos maridos, hoje, podem dizer que estão salvando o corpo de suas esposas? As palavras que Paulo direciona a maridos, esposas, servos, filhos e senhores são claras: submissão (para as esposas), amor (para os maridos), obediência (para os servos e filhos), e liderança sem acepção de pessoas (para os senhores). Essas quatro palavras são fundamentais para um relacionamento doméstico feliz e harmonioso. O que Paulo pede para todos esses grupos é difícil de executar, mas, ao obedecerem, demonstram o verdadeiro amor cristão. O marido é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja. Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de submissão, por causa dos anjos. Este sinal de submissão, que pode ser expressado através do cuidado com sua aparência (cabelo não rapado, mas bem tratado), é um reflexo da ordem divina.


Quanto à salvação do corpo, em relação a Cristo, Ele cuida e nutre o corpo de sua esposa, que é a Igreja, pois este é o seu próprio corpo. O homem deve seguir esse exemplo e fazer o mesmo por sua esposa. No entanto, é sabido que, muitas vezes, o homem contribui para a deformação corporal de sua esposa, sendo ele o que menos trabalha para preservá-la. Cristo é o Salvador de seu corpo, a Igreja, e o homem deve ser o salvador do corpo de sua esposa, pois este é um mandamento claro. Cristo serve como o grande modelo para o cuidado e proteção da mulher. Muitas mulheres se enchem de valor e virtude quando seus maridos seguem o exemplo de Cristo, o Salvador do corpo.


No entanto, sem companheirismo e comunicação, não haverá submissão verdadeira. Podem ser realizados muitos retiros, jejuns, orações e ouvir os melhores sermões, mas se o casal não se empenhar nisso e persistir na dureza de coração, tudo não passará de vaidade. Na verdade, muitos tormentos matrimoniais nascem de uniões desiguais que nunca encontrarão comunhão, resultando em um processo de deterioração mútua devido às negligências e dureza de coração. Dessa forma, mesmo acompanhados, os cônjuges viverão isolados. Maridos que nunca ofertaram sua costela a Deus nunca terão suas esposas como auxiliadoras, pois nunca experimentaram um sono profundo e, precipitadamente, despertaram o amor antes do tempo (Cântico dos Cânticos 3:5).

O exemplo para os homens é Cristo amando a Igreja, e o exemplo para as mulheres é a submissão da Igreja a Cristo. A submissão incondicional da Igreja diante de Cristo é o padrão que mantém sua saúde, pois seu marido sabe que deve nutri-la e cuidá-la. Por isso, Cristo se santificou em lugar dela, entregando-se em vida e corpo por ela, pagando um preço incomparável.


Como Cristo Amou a Igreja?


1. Santificação: Cristo amou a Igreja com amor incondicional para santificá-la. Ele não cobrou submissão incondicional, mas primeiro demonstrou seu amor incondicional. Ele não a apodreceu com atos, palavras e mentiras. A santificação é como um depósito de garantia: a prova de que o marido verdadeiramente ama sua esposa é seu cuidado incondicional.


2. Purificação: Cristo amou a Igreja com amor incondicional para purificá-la pela lavagem da água, que é a Palavra. A purificação da esposa deve ser um ato sacerdotal do marido, realizado com amor e paciência, e não com agressividade ou repreensões. Este é um ato que requer tempo, comunicação e continuidade.


3. Glorificação: Cristo amou a Igreja com amor incondicional para apresentá-la a si mesmo como uma Igreja gloriosa. A Igreja é gloriosa quando é ouvida por Cristo, quando se comunica com Ele em oração, quando suas necessidades são supridas e quando sente a segurança e a presença de Cristo ao seu lado. A Igreja é gloriosa quando é valorizada e chamada à intimidade com seu Senhor.


4. Remoção de Manchas: Cristo amou a Igreja com amor incondicional para apresentá-la sem mancha. A Igreja é purificada e curada por Cristo, que remove as marcas de suas feridas, transmite alegria, paz e benignidade, e a torna sem mancha.


5. Perdão e Renovação: Cristo amou a Igreja com amor incondicional para apresentá-la sem ruga. A Igreja fica sem ruga quando é renovada e restaurada por Cristo. Ela é rejuvenescida e restaurada quando se submete ao cuidado amoroso e contínuo de Cristo.


Esse é o exemplo que o marido deve seguir. E, assim como a Igreja se submete a Cristo, a mulher se submete ao marido em amor, confiança e respeito, sabendo que, dessa forma, ela não apenas fortalece seu casamento, mas também glorifica a Deus.




Pastor Erik Santana é graduado em Teologia, com especialização em Episcopologia e Escatologia pelo International Seminary Hosanna Bible School





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