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É Lícito o Sexo Fora do Casamento entre Um Casal que Se Ama?

Fugi da fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que fornica peca contra o seu próprio corpo. 1 Coríntios 6:18


Em um mundo onde os valores estão cada vez mais relativizados e onde a liberdade pessoal muitas vezes é confundida com permissividade, muitos casais cristãos se deparam com uma pergunta sincera e desafiadora: “Se nos amamos de verdade, por que não podemos fazer sexo fora do casamento?” Para alguns, a prática da abstinência sexual até o casamento soa como antiquada ou desnecessária, especialmente quando comparada à cultura moderna que exalta o prazer imediato. No entanto, quando olhamos para as Escrituras, encontramos orientações claras e profundas sobre a pureza sexual, o propósito do sexo e o verdadeiro significado do amor. Em 1 Coríntios 6:18, o apóstolo Paulo adverte: “Fugi da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete são fora do corpo; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo.” Este versículo não é uma mera recomendação cultural do primeiro século, mas uma instrução atemporal de Deus para preservar a integridade, a santidade e o propósito do ser humano.


O sexo foi criado por Deus e, como tudo o que Ele criou, é bom. No entanto, como qualquer bênção divina, o sexo tem um contexto sagrado para o qual foi designado: o casamento. Gênesis 2:24 afirma: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” Essa união não é meramente física, mas espiritual, emocional e legal diante de Deus. O sexo fora do casamento, mesmo que envolva sentimentos sinceros de amor, ignora essa aliança sagrada. Ao permitir o envolvimento sexual antes do casamento, o casal pula a etapa da entrega total e comprometida, que é simbolizada e selada diante de Deus e da sociedade. O amor verdadeiro não busca apenas o prazer, mas deseja honrar, proteger e edificar o outro, mesmo que isso signifique esperar.


A imoralidade sexual é uma das áreas mais abordadas na Bíblia, e isso não é por acaso. Deus sabe o quanto a sexualidade afeta profundamente o nosso ser. Em Hebreus 13:4 lemos: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.” A honra ao casamento começa antes mesmo da cerimônia, quando escolhemos manter a pureza até o altar. A cultura atual promove o sexo como uma simples expressão de afeto ou uma necessidade biológica, mas a Palavra de Deus o apresenta como uma expressão da aliança. Quando um casal opta por manter-se casto até o casamento, está dizendo com ações: “Nosso amor é tão valioso que estamos dispostos a protegê-lo, respeitá-lo e submetê-lo à vontade de Deus.”


Alguns podem argumentar que, se há amor sincero, então o sexo antes do casamento não pode ser errado. No entanto, a Bíblia define o amor de maneira diferente da cultura popular. O amor bíblico é paciente, é bondoso, não busca os próprios interesses (1 Coríntios 13:4-7). O verdadeiro amor é capaz de esperar. Ele entende que obediência a Deus é um ato supremo de adoração e confiança. Quando um casal escolhe seguir os princípios divinos, mesmo contra seus próprios desejos momentâneos, demonstra maturidade espiritual e compromisso um com o outro. Além disso, manter-se puro ajuda a fortalecer o vínculo de confiança, pois ambos sabem que estão dispostos a honrar a Deus acima de tudo.

Outro ponto importante a se considerar é que o sexo fora do casamento traz consequências. Muitas vezes, essas consequências vão além das físicas, como uma gravidez indesejada ou doenças, e tocam áreas emocionais e espirituais profundas. Quantas pessoas não carregam traumas, culpas e marcas em sua alma por terem se entregado cedo demais ou fora do tempo? Em 1 Tessalonicenses 4:3-5, Paulo diz: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da imoralidade sexual; que cada um saiba controlar o seu próprio corpo em santidade e honra, não com a paixão dos desejos desenfreados.” Deus nos chama à santidade porque Ele deseja nos proteger, e não nos privar de algo bom.


Ao fugir da imoralidade sexual, como Paulo instrui em 1 Coríntios 6:18, o cristão está, na verdade, correndo em direção à liberdade. Não uma liberdade segundo o mundo, mas uma liberdade que vem da obediência à verdade. Em João 8:32, Jesus afirma: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Essa verdade nos ensina que sexo não é apenas um ato, mas uma expressão de entrega completa que precisa estar dentro de um compromisso igualmente completo — o casamento. Fugir da imoralidade sexual é um ato de coragem, de fé e de honra a Deus. Não é fácil, especialmente num mundo hipersexualizado, mas é possível com a graça do Senhor e o poder do Espírito Santo.


Em resumo, o sexo é uma bênção divina, mas com limites bem definidos por Deus. Fazer sexo antes do casamento, ainda que com amor, é desobedecer à ordem divina e se expor a feridas emocionais, espirituais e relacionais. O amor verdadeiro é paciente, respeitador e comprometido com os princípios de Deus. Um relacionamento que começa baseado na santidade tem muito mais chance de prosperar, pois está edificado sobre a Rocha, que é Cristo. E mesmo que alguém já tenha falhado nessa área, a graça de Deus é suficiente para restaurar, perdoar e dar um novo começo. Deus não rejeita o coração quebrantado (Salmo 51:17). Portanto, a resposta à pergunta inicial é clara à luz das Escrituras: não, não devemos fazer sexo antes do casamento, mesmo que haja amor. Honrar a Deus em todas as áreas da vida, inclusive na sexualidade, é prova do amor maior — aquele que deseja agradar a Deus acima de tudo.


Deus Abençoe!



Pastor Erik Santana

Graduado em Teologia, com especialização em Episcopologia e Escatologia pelo International Seminary Hosanna Bible School. É autor dos livros cristãos As Quatro Torres (Zonas de Ataque Espiritual), A Nova Criatura, Ensina-nos como orar e Famílias que salvam cidades.




 
 
 

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